Como é do conhecimento geral, as formigas não desperdiçam nada daquilo que conseguem apoderar-se. Desta vez deparei com um exército de formigas (era mais um pelotão) de posse de uma minhoca que teve o azar de desfalecer nas imediações de um formigueiro. Poderia até não ser muito perto, pois bastaria estar ao alcance do olfacto das formigas para ter o destino traçado. Rapidamente elas cercam a presa e a injectam com o ácido fórmico para a imobilizar (isto se o bicharoco não estiver já imobilizado). Em seguida, desmancham-na quase da mesma forma que um talhante desmancha a carne no talho. A diferença é que no talho é apenas um indivíduo que executa todo o trabalho, ao passo que a mole de formigas executa as diferentes tarefas com uma sincronização absoluta entre todos os indivíduos. No universo de um formigueiro cada membro já sabe de antemão qual é a sua tarefa e executa-a sem a mínima perda de tempo, e sem estorvar os outros. Tudo está sincronizado ao milímetro e ao segundo. Uns cortam, outros abrem, outros desgastam, outros rasgam, outros transportam, outros armazenam os despojos no formigueiro, outros transformam, etc. Em pouco tempo transportam uma carcaça de qualquer insecto ou molusco para a sua colónia. Já as tenho visto a desmanchar baratas, grilos, caranguejos, escaravelhos, bichos-de-conta, etc. Na primeira foto a minhoca ainda está inteira, na quarta foto já está fragmentada. A diferença de cor das fotos tem a ver com o flash. Duas foram tiradas com flash, duas foram tiradas sem flash .
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