HACCP

As iniciais do HACCP, derivam do inglês Hazard Analysis and Critical Control Points. Em português será mais ou menos assim Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo.
Este sistema tem por finalidade indentificar e eliminar riscos de contaminação e procedimentos errados na cadeia de transformação alimentar.
Com a implementação do HACCP detectam-se, corrigem-se e previnem-se erros de procedimento e falhas na cadeia de transformação alimentar.
Antes do HACCP existia o Auto-Controlo, que era mais rudimentar e tinha menos exigências. E antes do auto controlo apenas existiam a consciência e a boa vontade dos operadores.
Um das exigências do HACCP é o Controlo de Pragas. Poder-se-ia pensar que com a aplicação deste sistema, também desapareceriam os insectos nocivos e os roedores. De facto, não é assim, pois as pragas são um grande risco para a saúde pública e são tão complexas que exigem atenção específica e exclusiva.

Desmistificação

Durante muitos anos, a ideia de que qualquer café, qualquer pastelaria ou qualquer restaurante estava cheio de baratas, era aceite como uma verdade absoluta. Para isso contribuía o facto de ser muito fácil qualquer destes estabelecimentos ficar rapidamente infestado de baratas. Com efeito, as baratas aproveitam toda e qualquer chance de se reproduzir e "tomar" conta de uma casa. Com a sua capacidade de reprodução, em que as fêmeas estão aptas a procriar com apenas um mês de vida, só necessitam do macho uma vez em toda a sua vida, e desenvolvem uma ooteca (cápsula com 25 a 40 ovos) por mês, basta-lhes um curto intervalo de tempo para chegarem às dezenas de milhar. Era muito fraquente vermos baratas nos estabelecimentos, ora a subir paredes, ora sobre o balcão, ou na máquina do café.

Também se atribuía exclusivamente à falta de limpeza do estabelecimento a existência de uma praga de baratas. A falta de limpeza ajuda em parte à proliferação das baratas. Contudo, eu próprio pude verificar que não é exactamente assim, pois fiz desbaratização em estabelecimentos onde se praticava boa higiene. Mesmo com aquela higiene havia baratas. É óbvio que se houvesse falta de higiene, haveria muito mais baratas.

Os insecticidas de pulverização também eram pouco eficazes. Só com o aparecimento do insecticida de isco de formulação em gel a eficácia da desbaratização pode subir aos 100%.

Actualmente, além de ser usado o gel insecticida, com a eficácia que se conhece, também os estabelecimentos são obrigados a proceder a desinfestações periódicas, no âmbito do sistema do HACCP. Por isso, há muito que deixou de ver-se baratas nos estabelecimentos de hotelaria, pode até dizer-se que estão livres de pragas.

No inverno também há

Antigamente as coisas eram claras no que diz respeito às formigas. Era certo que em Outubro desapareciam da nossa vista, e só regressavam ao nosso "convívio" a partir de Abril. Há já alguns anos que isso acabou, pois já tenho feito intervenções contra formigas em Dezembro e Janeiro. O caso ilustrado na foto aconteceu em Fevereiro 2013 nos dias mais frios do ano. Estava a fazer uma revisão num estabelecimento que tem jardim e uma pequeno bar de madeira, quando sem querer bati no balcão com o sapato. Apareceram logo algumas formigas, continuei a bater e as formigas quase cobriram o balcão. Acto contínuo, apliquei-lhes o insecticida. Passados alguns dias fui ver e já só havia formigas mortas. Tirei fotos e fiquei com pena de não ter as ter fotografado vivas. Fica para a próxima.