Durante muitos anos, a ideia de que qualquer café, qualquer pastelaria ou qualquer restaurante estava cheio de baratas, era aceite como uma verdade absoluta. Para isso contribuía o facto de ser muito fácil qualquer destes estabelecimentos ficar rapidamente infestado de baratas. Com efeito, as baratas aproveitam toda e qualquer chance de se reproduzir e "tomar" conta de uma casa. Com a sua capacidade de reprodução, em que as fêmeas estão aptas a procriar com apenas um mês de vida, só necessitam do macho uma vez em toda a sua vida, e desenvolvem uma ooteca (cápsula com 25 a 40 ovos) por mês, basta-lhes um curto intervalo de tempo para chegarem às dezenas de milhar. Era muito fraquente vermos baratas nos estabelecimentos, ora a subir paredes, ora sobre o balcão, ou na máquina do café.
Também se atribuía exclusivamente à falta de limpeza do estabelecimento a existência de uma praga de baratas. A falta de limpeza ajuda em parte à proliferação das baratas. Contudo, eu próprio pude verificar que não é exactamente assim, pois fiz desbaratização em estabelecimentos onde se praticava boa higiene. Mesmo com aquela higiene havia baratas. É óbvio que se houvesse falta de higiene, haveria muito mais baratas.
Os insecticidas de pulverização também eram pouco eficazes. Só com o aparecimento do insecticida de isco de formulação em gel a eficácia da desbaratização pode subir aos 100%.
Actualmente, além de ser usado o gel insecticida, com a eficácia que se conhece, também os estabelecimentos são obrigados a proceder a desinfestações periódicas, no âmbito do sistema do HACCP. Por isso, há muito que deixou de ver-se baratas nos estabelecimentos de hotelaria, pode até dizer-se que estão livres de pragas.
Ainda é possível ouvir, hoje em dia, comentários do género "tenho baratas em casa... devem vir do café...". E, no entanto, o café tem desinfestação em dia.
ResponderEliminarO pior disto é que, depois as pessoas não tomam providências no sentido de se ver livre das baratas em casa, porque "não vale a pena..., pois vêm do café...".